O que fazemos quando algo está bagunçado em nosso lar? Desempenhamos todas as tarefas necessárias para resolver o problema. Se todos colaboram, a bagunça é rapidamente organizada. Assim como em nosso lar, com um pouco mais de complexidade, a deterioração e danificação do espaço urbano precisa ser gerenciada, pois essa desorganização aumenta a sensação de insegurança nos locais de uso coletivo.
De acordo com a teoria das “janelas quebradas”, do inglês broken windows theory, essa sensação de insegurança torna-se propícia para a prática de crimes. A teoria americana retrata que os aspectos da desorganização do espaço público propicia pequenos delitos que, se não forem reprimidos, certamente levarão à prática de crimes ainda mais críticos. A mensagem é certeira: onde existem desordem e sujeira, cresce o número de pessoas que jogam o lixo na rua e nas sarjetas, estimulando a degradação do espaço e incentivando novos delitos. Conclui-se que o crime se torna maior nas zonas onde o descuido e a sujeira se proliferam. Certo é que, se um espaço exibe sinais de deterioração e abandono, isso fatalmente será um potencializador para a geração de desordem pública.
A charmosa cidade de Belo Horizonte não se difere das demais cidades metropolitanas quando o assunto é desordem física, como os delitos de iluminação pública e despejo irregular de lixo (bota-fora), e as desordens sociais, como a presença de moradores em situação de rua e guardadores de veículos irregulares (flanelinhas).
No exemplo do bota-fora, fica claro que ao se passar por um local com acúmulo de lixo nos deparamos com uma sensação de descaso. E de quem é esse descaso? Nosso! Sabemos como funciona o sistema de coleta de nossa cidade e temos a consciência que não podemos descartar o lixo em lotes vagos, espaços públicos ou pela janela do veículo, e que não devemos colocar o lixo para recolhimento fora dos dias programados. Essas atitudes acarretam prejuízos para todos nós, pois o acúmulo de lixo favorece a proliferação de doenças, carreamento de lixo em córregos, transbordamento de vias públicas e gastos desnecessários com a retirada de lixo de locais indevidos pelo poder público, quando poderia ser investido em gastos essenciais como saúde e educação.
O assunto é complexo e exige uma indispensável mudança cultural, conscientização da população e uma maior presença do Poder Público nos espaços urbanos. É preciso que cada um assuma a sua responsabilidade, uma vez que isso permitirá um espaço público mais organizado e, consequentemente, um aumento da segurança.
Conecte-se! Não descarte lixo em locais inadequados. É nossa responsabilidade cuidar de Belo Horizonte!
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