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Conhecimento: A Única Saída para Combater o Racismo.

Conhecimento: A Única Saída para Combater o Racismo.

Vidas Negras Importam: essa expressão representa o movimento que começou nos Estados Unidos e que foi ampliado em uma onda de protestos após a morte de “George Floyd” por um policial. “Black Lives Matter”, Vidas Negras Importam, em tradução livre, espalhou-se pelo mundo e ganhou as redes sociais de famosos e anônimos e chama a atenção para um absurdo que tem se perpetuado ao longo dos séculos : a discriminação pela cor da pele.

Apesar do alcance do movimento, desconhecemos outros inúmeros movimentos negros, ignoramos as diferenças entre eles e unificamos todos como se fossem um só. Somos muito complexos para ficarmos dentro de uma única “caixinha”, não devemos ser generalizados. Diante disso, devemos nos questionar: até quando vamos deixar que a falta de conhecimento nos defina? Até quando vamos precisar de tragédias para implementarmos ou modificarmos leis? Quantas vidas serão perdidas até o despertar de nossa sociedade?

A forma mais adequada para ampliarmos o conhecimento é debater. E esse debate precisa envolver a todos! Nesse aspecto, faço uma analogia ao enfrentamento aos crimes contra a mulher. Não basta apenas direcionar as mulheres, é preciso envolver os homens na luta.  Não basta apenas envolver os negros, é preciso que os brancos façam parte dessa discussão. É imprescindível que estejamos suscetíveis à mudança de comportamento e, acima de tudo, desenvolver a nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. Precisamos conhecer o que toca o outro, as origens culturais e mudar velhos hábitos. E como adquirir conhecimento? Ele pode ser adquirido de várias formas: através da leitura, internet, pesquisa, troca de informações ou simplesmente ouvindo as pessoas. Precisamos inundar as várias formas de educação, desde o nicho familiar até as escolas, sendo irradiado para a sociedade e meios de comunicação, com o objetivo de dar maior visibilidade ao assunto. Aqui em Belo Horizonte, o projeto Direito na Escola, com toda certeza impactará nessa mudança comportamental.

São as tragédias que repercutem que alimentam as mudanças sociais e muitas vezes a legislação vigente, o que denominamos fato social. Para exemplificar, farei uma analogia: vou mencionar a nossa guerreira Maia Fernandes, cearense, farmacêutica, que por conta das agressões sofridas, ficou paraplégica e passou a lutar no judiciário por dezenove anos pela condenação de seu agressor. E essa luta ocasionou a mudança na legislação que hoje carrega o seu nome, Lei Maria da Penha, a lei criada para proteger as mulheres.

Quantas mulheres foram vítimas de seus algozes antes que a lei fosse promulgada? São vidas perdidas pela nossa ignorância. Quantas vidas negras serão ceifadas até sairmos do nosso “mundinho”? Não bastará mudar a legislação, assim como não bastou no caso da violência doméstica. Mais do que simplesmente mudar a legislação, é fundamental uma mudança de comportamento, e isso só será propiciado pelo conhecimento .

O Brasil é o país mais miscigenado do mundo e infelizmente também se encontra no rol dos países mais racistas. Precisamos combater essa incoerência e indiferença quando o assunto são vidas negras. É preciso que os governos e cada um de nós se comprometa com o fim do racismo. E isso só acontecerá quando debatermos amplamente o assunto e aprendermos a ter empatia. Precisamos ouvir mais! Vamos nos conectar, buscar conhecimento, trocar informações e respeitar as diferenças!

Você faz a diferença, não aceite o racismo! Vidas negras importam! 

Fotografia: Gayatri Malhotra/ Unsplash

Juliana Normand
Juliana Normand

Advogada há 13 anos, com atuação em áreas como família e criminal, se dedicou a atuar em favor das vítimas de violência doméstica.

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